“A avaliação é a reflexão transformada em ação, não
podendo ser estática nem ter caráter sensitivo e classificatório”. Jussara
Hoffmann
Avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Avaliação é,
fundamentalmente, acompanhamento do desenvolvimento do aluno no processo de
construção do conhecimento. O professor precisa caminhar junto com o educando,
passo a passo, durante todo o caminho da aprendizagem.
Hoffmann propõe para a realização da avaliação, na perspectiva de
construção, duas premissas fundamentais: confiança na possibilidade do aluno
construir as suas próprias verdades; valorização de suas manifestações e
interesses. Para Hoffmann, o aparecimento de erros e dúvidas dos alunos, numa
extensão educativa é um componente altamente significativo ao desenvolvimento
da ação educacional, pois permitirá ao docente a observação e investigação de
como o aluno se coloca diante da realidade ao construir suas verdades. Ela
distingue o diálogo entre professor e aluno como indicador de aprendizagem,
necessário, à reformulação de alternativas de solução para que a construção do
saber aconteça. A reflexão do professor sobre seus próprios posicionamentos
metodológicos, na elaboração de questões e na análise de respostas dos alunos
deve ter sempre um caráter dinâmico.
Na avaliação mediadora o professor deve interpretar a prova não para
saber o que o aluno não sabe, mas para pensar nas estratégias pedagógicas que ele
deverá utilizar para interagir com esse discente. Para que isso aconteça, o
desenvolvimento dessa prática avaliativa deverá decodificar a trajetória de
vida do aluno durante a qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões, e isso é
muito mais que conhecer o educando.
Em um processo de aprendizagem toda resposta do aluno é ponto de partida
para novas interrogações ou desafios do professor. Devem-se ofertar aos alunos
muitas oportunidades de emitir idéias sobre um assunto, para ressaltar as
hipóteses em construção, ou as que já foram elaboradas Sem tais atitudes, não
se idealiza, de fato, um processo de avaliação contínua e mediadora.
Avaliar significa ação provocativa do professor desafiando o educando a
refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular hipóteses,
encaminhando-o a um saber enriquecido, acompanhando o “vir a ser”, favorecendo
ações educativas para novas descobertas. A avaliação apresenta uma importância
social e política fundamental no fazer educativo vinculando-a a idéia de qualidade.
Não há como evitar a necessidade de avaliação de conhecimentos, muito embora se
possa torná-la eficaz naquilo que se propõe: a melhora de todo o processo
educativo. Avaliar qualitativamente significa um julgamento mais global e
intenso, no qual o aluno é observado como um ser integral, colocado em
determinada situação relacionada às expectativas do professor e também deles
mesmos. Nesse momento, o professor deixa de ser um simples colecionador de
elementos quantificáveis e utiliza sua experiência e competência analisando os
fatos dentro de um contexto de valores, que legitimam sua atitude como
educador.
Ref: HOFFMANN,
Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré-Escola à
Universidade.
Publicação:
http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/o-mito-avaliacao-aprendizagem.htm
Publicação:
http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/o-mito-avaliacao-aprendizagem.htm